Páscoa, Pessach e a Travessia da Consciência

Um convite à transformação interior e ao despertar do Ser.

Em tempos como este, somos naturalmente conduzidos ao silêncio e à escuta interior. A Páscoa não é apenas uma data no calendário — é um portal vivo de renascimento. Nesse mesmo período, também se celebra o Pessach, a Páscoa judaica. Ambas as tradições, em sua essência, revelam um mesmo movimento arquetípico: atravessar o desconhecido, romper os véus da ignorância e acessar a verdade que habita nas profundezas do nosso ser.

Saulo, em seus ensinamentos, recorda que os ritos espirituais, quando vivenciados com consciência, tornam-se espelhos da alma. Eles refletem o chamado de nossa própria jornada: atravessar as sombras internas e reencontrar a luz que sempre esteve conosco. Ao nos abrirmos a essa reflexão, percebemos que essas datas não são apenas celebrações religiosas ou registros históricos, mas símbolos vivos do despertar do Santo Cristo Pessoal.

Esses marcos espirituais nos convidam a deixar para trás ilusões, defesas e estruturas ultrapassadas. Com humildade e inteireza, somos chamados a renascer em luz. Esta é uma época de travessia sagrada — um portal espiritual que se abre no tempo, oferecendo-nos a oportunidade de morrer para o velho e nascer para o novo: mais conscientes, mais plenos, mais verdadeiros.

Mais Que Uma Celebração — Um Portal Interior
Pessach: A Passagem para a Liberdade

Para compreender mais profundamente essa travessia, é essencial mergulhar no significado de Pessach, que celebra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. “Pessach”, em hebraico, significa “passagem” — e carrega consigo o símbolo universal da liberdade conquistada após a opressão. Essa libertação, porém, não é apenas física: ela aponta para a libertação da alma. Celebrar o Pessach, mesmo fora da tradição judaica, é reconhecer o chamado a atravessar aquilo que nos aprisiona internamente — medos, apegos, padrões limitantes — e caminhar rumo a um novo estado de consciência, mais livre e autêntico.

Independentemente da linhagem espiritual, este período nos convida à superação dos velhos hábitos e ilusões. Ele representa uma oportunidade para soltar o que já não serve mais, e, com coragem e verdade, acessar a luz essencial que sempre nos habitou.

Muitos que se aproximam de Saulo em busca de orientação espiritual carregam, ainda que inconscientemente, o anseio de romper com as prisões internas e reencontrar a luz além do ego. Assim como o povo hebreu atravessou o Mar Vermelho, cada um de nós é chamado a atravessar um mar de ilusões rumo à nossa verdadeira essência.

Essa travessia exige rendição. E quando unimos a simbologia da crucificação de Jesus com a celebração do Pessach, compreendemos uma conexão profunda: ambas expressam a jornada da alma em direção à liberdade e à renovação, ao despertar da Consciência Crística.

Jesus não morreu por culpa, mas por entrega. Seu gesto foi um ato de amor supremo, demonstrando que a dor pode ser transformada em crescimento e reconexão com nossa natureza divina.

A Compaixão do Cristo: Cura que Transforma

No Satsang “A Compaixão do Cristo”, Saulo nos convida a uma reflexão profunda sobre essa força transformadora. A compaixão, como expressão da consciência crística, é apresentada como uma chave essencial para atravessar os desafios da vida com lucidez e amor. Essa preparação se inicia na Semana Santa, como símbolo de uma purificação interior que antecede a verdadeira libertação.

“A vitória do Cristo é provar que Ele continua vivo. Morre-se para si mesmo, para a ideia construída do ‘eu’, para a consciência egóica humana — e vive-se, por toda a eternidade, na presença da luz.”
— Trecho do Satsang

O caminho espiritual começa quando compreendemos que as circunstâncias externas refletem nosso estado interior. Embora seja comum buscarmos culpados, a autorresponsabilidade é o primeiro passo rumo à verdadeira mudança. Cristo, ao carregar sua cruz, nos mostrou que o sofrimento pode ser um portal de aprendizado e expansão da consciência.

Carregar a cruz não é aceitar a dor passivamente, mas reconhecê-la como parte da lapidação da alma. A cruz simboliza transformação, e seus desafios moldam nossa maturidade espiritual. A crucificação e a ressurreição são arquétipos de purificação e renascimento — convites à autenticidade e à coragem de sermos quem realmente somos.

O despertar não acontece sem compromisso. A Páscoa nos chama a olhar nossas vulnerabilidades sem culpa, a reconhecer nossos caminhos com mais consciência e a fazer escolhas que irradiem bem-estar ao nosso redor. Celebrar a ressurreição do Cristo é, antes de tudo, assumir a nossa própria transformação interior.

Há uma parcela de autorresponsabilidade que nos cabe. É preciso nos assumirmos integralmente para, então, carregar nossa própria cruz. Caminhar por nossas estradas, enfrentar quem nos fere e, de forma genuína, compreender o real significado de dar a outra face. Orar, meditar, abençoar os que nos odeiam — pois só a luz do coração pode trazer clareza suficiente para dissipar qualquer sombra, mesmo nas noites mais escuras.

Chamado à Era de Ouro

Páscoa e Pessach, mais do que datas, são experiências vivas de autotransformação. Elas nos convocam a atravessar nossos medos e limitações, abrindo espaço para que o verdadeiro Ser floresça. A renovação real acontece quando nos responsabilizamos por nossas escolhas, cultivamos compaixão e reconhecemos a centelha divina em cada ser.

O Cristo não é apenas uma figura histórica — é um estado de consciência acessível a todos. Saulo nos relembra que a Consciência Crística não pertence a uma religião: ela é uma realidade viva, que se manifesta quando nos tornamos instrumentos do Divino em ação no mundo.

Dentro dessa malha da Consciência Crística, e aqui não falamos de religião, todos os que se iluminam hoje contemplam o mistério daquele que se fez homem para ancorar, com o coração, a luz divina na Terra. O Cristo aceitou sem hesitar o desígnio da cruz, revelando a aceitação profunda do que o Divino nos propõe.”
— Saulo Nardelli

Cristo nos revelou que o Divino pode habitar a experiência humana. Que não estamos separados de Deus. Cada um é uma centelha sagrada, chamada a transcender o ego, despertar para sua verdadeira natureza e servir como farol na travessia coletiva da humanidade.

É teu papel, trabalhador da última hora, ser Luz. Ser o farol que a humanidade tanto necessita neste momento. Esta é tua missão. E mais que isso: o Deus Vivo apresenta a todos nós a oportunidade de caminharmos juntos na Era de Ouro — para que sejamos libertos da prisão da autoignorância, da injustiça, da dor — e celebremos, com consciência, o verdadeiro significado da Páscoa. .

Que esta Páscoa seja um momento de profunda renovação, reflexão e compromisso. Um chamado para vivermos com mais presença, irradiarmos compaixão e conduzirmos o coletivo rumo a uma nova era de paz e transformação.

Se deseja se aprofundar neste chamado à luz interior, à compaixão e à responsabilidade, assista na íntegra o Satsang “A Compaixão do Cristo”, com Saulo. Um espaço para atravessar os desafios internos e despertar uma consciência mais leve, lúcida e amorosa.

“Somente a tua própria luz vai trazer clareza suficiente para dissipar toda sombra em meio à escuridão.”
Saulo Nardelli

Feliz Passagem a todos!!
Voluntariado da Caminhada de Ouro

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