“Certa vez, no sertão baiano, havia um Mestre.
Por mais que parecesse às vezes (pelos olhos da dor) sádico, era na verdade a Pureza Manifesta. Tão puro como o leite (de côco). Eu não conseguia ver, e nem podia, pois havia tantos véus encobrindo a visão. Véus “lindos”.
Mas um dia, em meio às distrações normais de uma existência pacata, veio um vento e minha alma pôde ver: esse mesmo Mestre, através dos olhos da pureza, desfrutando como um menino um grande copo de leite (de côco). Ele dava risadas, abraçava o copo. Até pulinhos de alegria juro que vi.
Mestre, ancião, menino.
Bebia e agradecia. Até a última gota, foi todo o leite (já sabem).
Tudo isso, bem na minha frente. Dava pra sentir o amor brotar, a face rubrar, o tempo parar, o coração bater, a gratidão timbrada na face. Que momento, que eternidade.
Pai, que eu sempre perceba a pureza manifesta em ti, em mim, em toda parte. Que eu compreenda as lições de amor que é o viver. Que saiba com humildade agradecer e reconhecer o milagre. E renove sempre a gratidão por estar vivendo a benção da presença de ti aqui. Agora em corpo material à minha frente.
Que eu possa lhe oferecer o que sou, pura e genuína, única. Como o copo de leite (de côco).
Carta ao Buda Saulo Nardelli
É um milagre estar em sua presença.
🙏 Gratidão.”
Por Shivalila,
Voluntária de Campo do Be the Bee, a serviço no Golden Place Rosa de Ouro
(Barreiras, Bahia)